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Antes da lesão, eu vivia em uma bicicleta, minha paixão |
Some-se a isso meu estilo de vida: eu sempre fui esportista, andei de bicicleta a vida inteira, praticava mountain bike todo fim de semana, e eventualmente praticava outros esportes. Sempre fui baladeiro, adorava um boteco, boate, festa, show, exposição, e qualquer furdunço que envolvia bebida, música, e principalmente, mulheres. Adorava viajar, passear, conhecer novos lugares, novos sabores. Enfim, tinha uma vida extremamente ativa.
E em 2006 isso melhorou muito, passei no mestrado em Florianópolis e me mudei pra lá. Na sequência, terminei um namoro de mais de ano. Estava com a vida que pedi a Deus, morando em um paraíso, solteiro, e praticando os esportes que sempre amei.Mas eis que nas minhas férias do mestrado vim para Minas Gerais visitar meus pais e amigos, e fui a Viçosa. Lá peguei a moto de um amigo meu emprestada para dar uma volta na universidade, acelerei em uma reta e de repente saiu um trator de uma fazenda experimental. Freei e a moto virou, caí de cabeça no chão e quebrei a coluna no nível T2 causando lesão medular, paralisando imediatamente meu corpo do peito pra baixo. Fui atendido, transferido para Belo Horizonte e enfrentei uma cirurgia de 12 horas para colocar a coluna no eixo e instalar doze parafusos de titânio. E me vi de repente deitado em uma cama de hospital, totalmente paralisado.
O que a maioria das pessoas faz numa situação dessas? Desespero, tristeza, depressão. São as respostas normais. Mas não comigo. Graças a Deus, e à estrutra familiar que tenho, consegui lidar muito bem com a situação. O que pensei foi o seguinte: "minha medula foi lesada. Os movimentos foram interrompidos com chances mínimas de recuperação. Não há nada que eu possa fazer neste momento para resolver o problema. Então terei que aprender a viver assim da melhor forma possível. E é isso que vou fazer." E foi isso que fiz.
Os desafios e problemas que encontrei, e encontro até hoje, enfrento com muito bom humor. Não que o bom humor resolva as coisas, só ajuda a lidar com elas. Não é que eu fique feliz com os problemas, que são muitos, mas se a coisa não dá certo, dou meia volta e busco outra forma de fazer ou coisa para fazer. Não fico revoltado da vida só porque não posso ir naquela festa ou naquele restaurante. Só não me desgasto com isso.
Mas só bom humor não resolve tudo. É preciso muita persistência, muita paciência e força de vontade. Essas também são características que sempre tive. Fácil não é. Mas é possível viver bem em uma cadeira de rodas. E feliz.
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Pós lesão, consegui voltar a pedalar!! |
Relacionamento: no dia do acidente eu estava na casa de uma ex-namorada, reatamos após o ocorrido, mas ficamos dois meses juntos, aí comecei a namorar uma enfermeira que conheci no hospital, durou mais cinco meses, e em seguida terminei e reatei com outra ex-namorada, que sempre gostou de mim e já estava me "rondando" há meses, estamos juntos até hoje.
Trabalho: Em 2007 fiz um concurso público, mas como esqueci de mandar o laudo médico a tempo não concorri como deficiente, mas passei em primeiro lugar geral no cargo. Fui chamado em janeiro de 2010 e adoro o que faço lá.
Estudos: pedi transferência do mestrado que fazia em finanças na UFSC à epoca do acidente e, apesar de ter demorado dois anos para aprovarem minha transferência, hoje estou fazendo a última matéria na UFMG e pretendo entregar a dissertação até o fim do ano.Lazer: saio todo fim de semana, adoro experimentar novos sabores e conhecer novos lugares, viajo sempre que posso e curto muito um cineminha e encontro com amigos para bater papo. E o esporte que mais amo na vida, o ciclismo, voltei a praticar agora ao comprar uma handbike, pedalando com as mãos.
Dia a dia: para contornar as dores crônicas que sinto todo dia faço hidroterapia três vezes por semana (duas vezes vou sozinho) e acupuntura duas vezes por semana, sem contar os remédios que tomo diariamente. E apesar de sentir dor 24 horas por dia, com crises fortes toda semana, não perco o bom humor. E vivo feliz.
E nos temos que termos uma determinação, e coragem para vencermos a cada dia, saber matar um gigante a cada amanhecer e isto o meu amigo sabe, e me orgulho de tê-lo como amigo o seu irmão é um exemplo em minha vida.Abraço
ResponderExcluirEsse é o meu irmão. Quem não o conhece agora vai enteder porque sou tão fã dele. Valeu maninho!!! A sua história de vida e superação certamente vai motivar muitas pessoas.
ResponderExcluirTE AMO!!!
...já dizia um velho livro
ResponderExcluirhá mais de dois mil anos
atrás:
"tudo posso naqu'Ele que
me fortalece".
o mundo precisa de exemplos
assim como o do teu irmão,
para acordar e incentivar
muitas pessoas que diante
dos problemas, entregam-se
ao desânimo, como se isso
resolvesse a questão.
parabéns pela iniciativa
deste blog...
tenho meu marido vitimado
por um AVC ocorrido há 4
anos, suas sequelas
trouxeram-lhe muitas
dores, e só por força
do pensamento positivo
ele esforça-se para
continuar lutando.
desânimo nestas horas só
vem somar tristezas e
chance de não vencer
qqr mal.
abraços
Isto querido amigo,não podemos deixar que o desânimo nos vença.Sei que não podemos dizer que ficamos felizes por termos ficado presos a uma cadeira de rodas.Deus sempre nos dá o fardo de acordo com a nossa capacidade.Só somos limitados na nossa locomoção,mas com esforço podemos superar muitas de nossas mazelas.Com bom humor e otimismo,podemos superar alguns obstáculos .Vamos em frente.Não podemos nos entregar.Um abraço amigo.
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